Maldição da Fonte
O frio entrou pela janela e não permitiu escapatória de sua jaula estagnante.
A fome o engoliu aos pedaços, deixando apenas pensamentos difusos e seus ossos rangentes.
E o tempo tudo levou,
Abrindo a porta à miséria na solidão.
Os ratos que há tanto tempo habitavam em silêncio entre seus olhos e a carcaça do emaranhado de concreto,
Agora festejavam com a carniça de um desesperado indefeso,
Rasgando sua face,
Cavando uma nova moradia em seu crânio.
Uma máquina de carne carunchosa vagava rebocada pelos vermes que ali habitavam,
Procurando fertilizar o solo com seu padecer.
Mas a seca com qual se deparou além do horizonte
Devastou essas terras antes mesmo do sol nascer,
Pois estes dias todos via decorrer desta decadência,
Aconteceu em apenas uma noite.
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